Em 1994 chega ao Brasil pelas mãos da Varig, o programa Smiles, hoje operado pela Gol. O funcionamento das milhas ficou mais complexo e incluiu os bancos que regularmente compram bilhões de milhas, que oferecem o benefício aos seus clientes. Para as instituições financeiras, o negócio é lucrativo porque estimula as pessoas a usarem mais o cartão de crédito. Para as aéreas vale a pena porque é uma forma de vender passagens com antecedência, mesmo que com desconto.

Aqui no Brasil, os programas de fidelidade aérea são o LATAM Pass, a Smiles e o TudoAzul. Além das passagens, também tem descontos em hotéis, aluguéis de carro, aparelhos eletrônicos e itens de supermercados conveniados. Uma vez transferidas do cartão para a companhia aérea, as milhas têm prazo de validade, geralmente dois ou três anos.

As companhias estabelecem um limite de pessoas para quem você pode emitir os bilhetes. No TudoAzul, são no máximo cinco CPFs por conta. Na Smiles e no LATAM Pass, 25 por ano. Outras limitações: Na Smiles, você só pode transferir 40 mil milhas por ano. No TudoAzul, 50 mil. O mais generoso nesse quesito é o LATAM Pass, que permite 500 mil. E custa caro. Na Smiles e no TudoAzul, a taxa é de R$ 60 a cada mil milhas. Dá R$ 2.400 para transferir 40 mil milhas. No LATAM Pass, o valor é de R$ 40. Ou R$ 1.600 para cada bloco de 40 mil milhas. 

Dificilmente você vai encontrar por conta própria alguém a fim de comprar suas milhas, então surgem intermediários, as empresas de compra de milhas. A MaxMilhas é uma delas. Numa ponta do negócio, ela compra. Na outra, vende as milhas na forma de passagens aéreas, atuando como uma agência de viagens.

A compra de milhas funciona assim: Você seleciona a quantidade que quer vender e de qual programa de fidelidade elas vêm – Smile, LATAM Pass, TudoAzul ou os internacionais. Não existe um “pix de milhas”. Então você passa o login e a senha do seu programa de milhas para eles. A venda na MaxMilhas não acontece imediatamente. A oferta entra numa fila, que vai diminuindo à medida que outros clientes compram passagens pelo site. Quando chega a sua vez, a empresa acessa sua conta no programa de milhagem e emite a passagem para outra pessoa. O pagamento cai na sua conta em até 45 dias após a emissão dos bilhetes. 

Outra grande compradora é o sistema HotMilhas/123 Milhas. Por lá, o pagamento cai entre um e 150 dias, quanto mais tempo você escolhe esperar, mais dinheiro recebe.

Esse tipo de negócio viola as normas das companhias aéreas. LATAM Pass, Smiles e TudoAzul vetam o comércio de pontos, sob pena de exclusão da conta nas plataformas. Mas não há uma legislação que proíbe, por tanto, não é algo ilegal.

Fonte: Você SA

27/02/2023 – Nossa Casa Imóveis